Linhas amargas
Algumas vezes olho para o passado
E sinto saudades...
Em outras, apenas tristeza,
Devido a várias inverdades
Que em meus ouvidos viestes derramar...
Me iludistes,
Me destes razões para acreditar
Que o que sentias era real,
Que eu era a mulher ideal...
E, por isso, de repente,
Sem qualquer hesitação,
Simplesmente o amor que sentia evaporou no ar.
Na sombra havias me lançado
Quando soube através de outros quem realmente eras...
Me mostrando que tua alma era feita de trevas
Meus sentimentos por ti vacilaram...
Não...Minto.
Meus sentimentos de amor, por ti, findaram...
Me feriste por maldade
E das tuas garras fugi...
De um amor falso,
Que beirava a insanidade...
E me feriu de forma irrecuperável.
Mesmo nobre,
Mesmo incansável...
Meu coração simplesmente parou...
Por um breve segundo,
Por um tempo que nem soube entender,
Bateu em falso e deixou de bater,
Esmagado pelo peso da desilusão.
Não eras o que dizias...
Eras pura ilusão.
Escondido nas sombras,
Feito um ladrão,
A espreita para um único tesouro roubar...
A minha alegria, o meu versejar...
Conseguistes matar a alegria,
Mas, meus versos, jamais conseguistes roubar.
Agora te vai...
Some da minha vida,
Te desfaz ao vento,
Qual cortina de fumaça...
O tempo te dissipara por completo,
Bem sei,
Mas até lá,
Uma tristeza incômoda virá em meu peito morar...
Te fingistes de companheiro,
De meu amigo...
Mas nas horas que eu mais precisei,
Não estavas nunca comigo...
Preferia mil vezes poucas palavras,
Um simples "Te escolhi pelo motivo errado",
Um ilustrativo "acabou"!
Porque você me iludiu?
Porque me tornou fúria?
Por que tanta leviandade?
Porque me marcar, com ferro em brasa,
Com dor (por maldade...)
Se não pretendias em momento algum tuas palavras cumprir?
Cerro a porta,
Te deixo partir...
Me recolho a meus sombrios aposentos,
Para a minha tristeza dar vazão...
É nessa hora que me conscientizo do pulsar
De meu coração...
Não saudoso,
Não mais sonhando com o amado...
Ele bate furioso,
Irado,
Vomitando nessas linhas amargas
Tudo o que restou de seus sonhos,
Tudo que sobrou...
Não quer de volta o que você roubou...
Decidiu-se não ser museu,
Por isso, não viverá de passado.
E se um dia voltares,
Arrependido...
Cansado...
Te encolhe e foge,
Pois em meu aparente silêncio,
Meu coração estará a urrar...
De raiva, consumido na ira,
Até que torne a parar...
E então voltar, mais uma vez, a bater...
Para se decidir que, então,
Que cansado de sofrer,
De ti não deseja nada...
Nada além de te relegar ao completo esquecimento.