A visita da desilusão

Vento de amargura,

Pobre sensação...

És tu, desilusão, que veio me visitar.

O ciúme se insinua,

Mas desiste ao notar...

Chegaste antes,

Amarga amiga,

Dessas horas pesarosas...

Dias atrás eu colhia rosas,

Hoje as desfolho,

Desfazendo o sonho que ficou para trás...

O não ter,

O não mais,

Vem me sufocando,

Pesando sobre meu peito...

Não consigo nem pensar direito,

Não desejo mais nada...

Até porque nada presta,

Nada basta!

De luxúria apaixonada

A desilusão casta...

Como se promovem desamores!

Vão-se os dias,

Murcham as flores...

Mas tu, desilusão,

Continuas aí,

Parada...

Não vai embora,

Nem me deixa fazer nada

Além de me esconder na escuridão.

Amarga senhora,

Desilusão desalmada...

Rouba-me o viço,

Suga minha vontade,

Anestesia minha liberdade...

Pois me faz sofrer,

Me lembrando que do amor se fez cinza...

E que a cinza, o vento, espalhou pelo chão.

Zannah
Enviado por Zannah em 18/10/2008
Código do texto: T1234638
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