Soldado de papel

O vejo em preto e branco

mas parece reluzir ouro

o velho incerto e manco

qual padece reduz-se ao lodo

aquele palhaço sem alegria

já não sorri á quem sorria

e confessou-me que sofria

ao alegrar os que dele ria

arrancou partiu as dores

vociferou os seus temores

na escuridão de uma luz

É o perdão que lhe reduz

são vós vagos sentimentos

À puro de horas frias

são teus meus lamentos

a alma que chora vazia

neste vel de vãos pecados

neste ceú de derrotados

embebeda-se com o fel

solitário soldado de papel.