Amaldiçoar
Deveras argumentoso um crime vultoso!
chucro e ingênuo a falécia de curioso
que Ades o tome como alma impune
e puna severo à fogo que urge
Fútil furtar-te tua liberdade
de tudo furtiga-lhe no ventre a idade
tenebrosa és débil indignação
que toma e esguela o meu coração
que Buda, Alah, Cristo e Abraão
me dêem a paciência imensa de irmão
pra aguentar o sacripanta morcego
sanguessuga, escorpião que sai do meu peito
Cravo a paz em mim por compaixão
que seca meu âmago unta meus olhos
abre meus poros e sangra a garganta
que finge que canta na língua que dança
Pútrido veio que nada me vejo
puxo meu pé e sequer lhe mexo
soco a mim mesmo na imagem do espelho
declaro perdida a batalha e deixo
Sem esperança que muito se faça
pra transmutar a faca cortada.
última sístole bate salgada
desvanece a alma enfim acabada.