Amaldiçoar

Deveras argumentoso um crime vultoso!

chucro e ingênuo a falécia de curioso

que Ades o tome como alma impune

e puna severo à fogo que urge

Fútil furtar-te tua liberdade

de tudo furtiga-lhe no ventre a idade

tenebrosa és débil indignação

que toma e esguela o meu coração

que Buda, Alah, Cristo e Abraão

me dêem a paciência imensa de irmão

pra aguentar o sacripanta morcego

sanguessuga, escorpião que sai do meu peito

Cravo a paz em mim por compaixão

que seca meu âmago unta meus olhos

abre meus poros e sangra a garganta

que finge que canta na língua que dança

Pútrido veio que nada me vejo

puxo meu pé e sequer lhe mexo

soco a mim mesmo na imagem do espelho

declaro perdida a batalha e deixo

Sem esperança que muito se faça

pra transmutar a faca cortada.

última sístole bate salgada

desvanece a alma enfim acabada.

FlávioDonasci
Enviado por FlávioDonasci em 08/09/2008
Código do texto: T1168113
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