DESSA VEZ DOEU DEMAIS

Mais de uma vez flagrei olhares,

Que não eram dirigidos pra mim.

Sorrisos maliciosos que escapavam,

Querendo fazer um convite.

Estava na cara a traição planejada,

Guardanapos que caíram ao solo,

Com manchas de baton,

Demonstrando uma intimidade.

O meu amor declarado,

Tentava em vão ser superior.

O ciúme aflorou sem medo,

Demonstrando o descontentamento.

Flagrada, tentou disfarçar.

Que tudo não passava de intrigas.

Numa tarde chuvosa,

Finalmente constatei o veredito.

Me fiz presente ao encontro inesperado.

Delatando no silencio imperioso,

A demonstração do olhar do rompimento.

Mesmo assim tentou se esquivar,

Criou situações forjando ingenuidade.

Mas tudo foi patético,

Como as caras que guardava na bolsa.

Sentiu que tudo caiu por terra,

E o olhar de desespero,

Deixou nascer lagrimas disfarçadas.

A única frase que saiu de mim,

Já era uma decisão tomada.

Impávido e resoluto,

O peito liberou o som:

Dessa vez doeu demais!

Di Camargo, 02/02/2008

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 07/07/2008
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