Tempestade
Futuro incerto, destino desconhecido;
Tempo de vôo para lugar algum?
Desta viagem quero receber a milhagem.
Apertem os cintos, vejam o aviso de não fumar.
Já passamos dos cem e a tendência é aumentar a velocidade
Passado passando no espelho retrovisor
E ainda não consigo ver o linha de chegada.
Quem sabe ela nem exista de verdade.
Fui ao inferno e lá abracei o diabo.
Ele não é como Dante diz
É muito mais feio, sujo e podre;
E passamos por ele sem um Vírgilio.
Depois de um tempo se perde a esperança de ver uma Beatriz
Que vai te conduzir ate o céu
E Deus também não é o bom velhinho de barba branca
Parece mais o sujeito vingativo do velho testamento.
Agora isso tudo ficou “em algum lugar do passado”.
Para onde vou? Não sei! Como irei? Vai saber!
A vida segue noite adentro berrando pela luz do sol.
Loucura, insanidade, medo e delírio;
Mentiras, hipocrisia e destempero
Já são coisas de um remoto passado.
Vida normal, seja bem vinda, estava a sua espera.
Afrouxem os cintos, já esta na hora do sol raiar.