Messalina

Tu eras apenas alguém comum,

E o tempo tinha que desenrolar.

Sempre te ouvi em silêncio profundo,

Teus ruídos eram meu fardo a carregar.

Teu coração de pedra fria,

Tua esperteza, cruel companhia.

Nem mesmo tua alma sentia,

Tua maldade enraizada se expandia.

Sugaste minha inocência,

Com brutal e fria violência.

Sem um gesto de clemência,

Uma Messalina sem decência.

Enquanto minhas lágrimas caíam,

Teus risos nas sombras se escondiam.

E em tuas mãos, o rancor moldavas,

Sorrindo, fingias, enquanto me quebravas.

Coragem nunca te habitou,

Tua serpente sempre rastejou,

Afiaste a língua venenosa,

Roubaste minha vida luminosa.

Meus amigos? Nem escaparam,

Meus pedaços? Nem suportaram.

Sugaste a mentira que ergueste,

Num copo frio que nem tu sentiste.

Mas, por sorte, me ergui,

E pelo amor, me libertei.

Não te desejo o fogo do fim,

Pois tua vida já é um jardim

De espinhos e solidão,

Um brinquedo sem perdão.

Assim como destruíste,

Teu próprio reflexo, Messalina.

Felipe M do Carmo e Anastásia
Enviado por Felipe M do Carmo em 30/09/2024
Código do texto: T8163628
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