Messalina
Tu eras apenas alguém comum,
E o tempo tinha que desenrolar.
Sempre te ouvi em silêncio profundo,
Teus ruídos eram meu fardo a carregar.
Teu coração de pedra fria,
Tua esperteza, cruel companhia.
Nem mesmo tua alma sentia,
Tua maldade enraizada se expandia.
Sugaste minha inocência,
Com brutal e fria violência.
Sem um gesto de clemência,
Uma Messalina sem decência.
Enquanto minhas lágrimas caíam,
Teus risos nas sombras se escondiam.
E em tuas mãos, o rancor moldavas,
Sorrindo, fingias, enquanto me quebravas.
Coragem nunca te habitou,
Tua serpente sempre rastejou,
Afiaste a língua venenosa,
Roubaste minha vida luminosa.
Meus amigos? Nem escaparam,
Meus pedaços? Nem suportaram.
Sugaste a mentira que ergueste,
Num copo frio que nem tu sentiste.
Mas, por sorte, me ergui,
E pelo amor, me libertei.
Não te desejo o fogo do fim,
Pois tua vida já é um jardim
De espinhos e solidão,
Um brinquedo sem perdão.
Assim como destruíste,
Teu próprio reflexo, Messalina.