Rio
Descendo as águas barrentas
Caudaloso rio de memórias
De formas bruscas, nada lentas
Milhões de litros de histórias
Navegando sobre essas cenas
Há peixes brigando para subir
Como se estivesse na piracema
Se caírem sei que irão sucumbir
Meus medos estão mergulhados
No liquidificador dessa densa vida
Onde inerte eu caí do meu barco
E nado sem uma rota de saída
Um rio cruel e a sua correnteza
Me jogando contra suas pedras
Vai dando uma surra de tristeza
Não se se sobrevivo a tantas quedas.