Pregos

PREGOS!

E vão-se os dias

uma dor, um desejo de amor

E meu caminhar, sozinho...

Luto, me entrego,

vida, cabeça de prego!

insisto à tua procura

dor de amor, não tem cura.

Um simples afeto, um carinho

e... me entrego.

Vida, cabeça de prego!

Desejos tão aguardados,

sonhos e sonhos, frustrados

E meu caminhar, sozinho...

Busco quiçá , um recomeço

sua entrega? desconheço.

Vida, cabeça de prego!

Não sinto, não vejo, não mereço?

amores virado às avessas.

E meu caminhar, sozinho...

Nadar, nadar e morrer

sem tantos porquês,

nessa longa e inútil espera.

Vida, cabeça de prego!

Que o martelo insistente martela.

Tanto insisto e persisto,

que vejo o prelúdio do fim.

E meu caminhar, sozinho...

Toc, toc, toc! Esse prego não vasa,

tão pouco aponta, me desmonta!

Chicoteia, amassa, arrebenta

de tão firme, não entra.

Vida, cabeça de prego!

Serão somente teus, meus lamentos.

Me entrego, desisto e me rendo

pois do alto da tua esfera, prego,

amassas, envergas e insistente, não entra.

Rodrigues Paz

(Autor)

Rodrigues Paz
Enviado por Rodrigues Paz em 28/08/2020
Reeditado em 28/08/2020
Código do texto: T7048831
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.