Pregos
PREGOS!
E vão-se os dias
uma dor, um desejo de amor
E meu caminhar, sozinho...
Luto, me entrego,
vida, cabeça de prego!
insisto à tua procura
dor de amor, não tem cura.
Um simples afeto, um carinho
e... me entrego.
Vida, cabeça de prego!
Desejos tão aguardados,
sonhos e sonhos, frustrados
E meu caminhar, sozinho...
Busco quiçá , um recomeço
sua entrega? desconheço.
Vida, cabeça de prego!
Não sinto, não vejo, não mereço?
amores virado às avessas.
E meu caminhar, sozinho...
Nadar, nadar e morrer
sem tantos porquês,
nessa longa e inútil espera.
Vida, cabeça de prego!
Que o martelo insistente martela.
Tanto insisto e persisto,
que vejo o prelúdio do fim.
E meu caminhar, sozinho...
Toc, toc, toc! Esse prego não vasa,
tão pouco aponta, me desmonta!
Chicoteia, amassa, arrebenta
de tão firme, não entra.
Vida, cabeça de prego!
Serão somente teus, meus lamentos.
Me entrego, desisto e me rendo
pois do alto da tua esfera, prego,
amassas, envergas e insistente, não entra.
Rodrigues Paz
(Autor)