O POEMA É UMA ARMA

Vou sofrendo muito p'la vida,

Andando nesta vida em Solidão,

A vida faz-nos tanta partida,

Numa estrada de mão em mão,

Dentro desta grande Prisão.

Que tem pouca saídq... ...

E a vida não tem razão,

Ainda por cima esta querida,

É um beco sem uma situação.

E quem anda muito desiludido,

A vida tráz-lhes muitos espinhos,

Sente o seu orgulho ofendido.

Nestas tristes maus caminhos.

Nestes universos divididos.

Muito carente de Amor e de carinhos,

Vivendo dos Pensares esquecidos,

Cheio de Amor com muitos bons ninhos.

Isto de não ter pai e Mãe,

É mesmo muito triste...

E de não ter futuro também,

Mas o Amor ainda existe.

Sentir-me só e viver só,

É um grande problema.

É muito complicado. Têm pena.

Não ter mesmo ninguém,

Nesta vida que nada tem.

Ser Pensionista ou Reformado,

Com a minha idade, coitado!

É um desgraçado, Mãe!4

Pra isso não fui educado.

Não sendo útil á Sociedade,

Nem válido. É uma infelicidade,

Nem casado, nem viver com a Mulher,

Esta vida é muito triste, pode ser...

Nem a viver numa casa sua,

Com a Mulher. Vida nua.

Vivendo uma vida infeliz,

Sentindo-se a mais no País.

Não tendo uma vida normal.

Nem se quer é profissional.

E vivendo esta triste realidade.

E nesta Sociedade então,

Me consideram deficiente mental.

Por isso me deram esta Pensão.

E me sinto como tal:

Por isso a vida me corre mal.

E a minha mentalidade:

Sofre muitissimo muitissimamente de verdade.

Sofre o meu sentir, o meu coração co'idade.

Eu tenho muito mais valor,

E sou muito mal aproveitado,

Nesta vida sou um Senhor,

Nesta Sociedade rejeitado,

No entanto seja como fôr,

Sou incompreendido, não respeitado,

De ser uma pessoa de mau fado.

Perdi os Pais sim senhor,

Mas nesta vida não estou preparado.

Nem se quer nesta vida estou mentalizado.

LUÍS COSTA

10/05/1974

TÓLU
Enviado por TÓLU em 01/09/2019
Reeditado em 01/09/2019
Código do texto: T6734358
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