Prazer
Sou vontade escusa
Que insiste, sem recusa
Sou metade crua, metade nua
Que existe, que não é tua
Sou mulher segura, mulher difusa
Que não refuta, que não recua
Sou verso em universo,
Que é inverno, que é diverso
Sou movimento sem referencial
Que tem momento, que não é ideal
Sou objeto em foco, sou convexa
Que sem imagem sufoco, complexa
Sou sensível, sou real
Que é tangível, que é parcial
Sou meu projeto, sou meu entorse
Que não é decreto, que não é posse
Não sou pronome, não sou premissa
Que se dissolve, que se esquiva
Sou elementar, analógica convicta
Me apresentar, por favor, me permita.