Prazer

Sou vontade escusa

Que insiste, sem recusa

Sou metade crua, metade nua

Que existe, que não é tua

Sou mulher segura, mulher difusa

Que não refuta, que não recua

Sou verso em universo,

Que é inverno, que é diverso

Sou movimento sem referencial

Que tem momento, que não é ideal

Sou objeto em foco, sou convexa

Que sem imagem sufoco, complexa

Sou sensível, sou real

Que é tangível, que é parcial

Sou meu projeto, sou meu entorse

Que não é decreto, que não é posse

Não sou pronome, não sou premissa

Que se dissolve, que se esquiva

Sou elementar, analógica convicta

Me apresentar, por favor, me permita.

Li de Alencar
Enviado por Li de Alencar em 30/08/2019
Reeditado em 30/08/2019
Código do texto: T6732650
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