Mesmo o silêncio tem um som.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é de mordaça na minha boca.
Este é um manifesto ao dom.
De reprimir as minhas fantasias mais loucas.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é da supressão do que eu sinto.
Este é o meu manifesto em um novo tom.
E em vez de dizer verdades, eu minto.
E omito.
E vomito.
Como hoje eu vomitei...
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som não é bonito.
É um som aterrorizador.
Abrir minha boca e não emitir o grito.
Pois eu omito.
Eu sou um mito.
E hoje eu vomitei...
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é o bater do meu coração.
Este manifesto vem de alguém.
Que já encontrou beleza na solidão.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é de repressão.
Um ato de auto ditadura que se sabota.
E não tem nenhuma resposta.
Pois eu omito.
Nomes, palavras, tempos, períodos.
E depois eu os vomito, como hoje eu vomitei.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é do “amor”.
Mas eu desisti dos meus sonhos de somar com alguém.
E a este alguém, eu desejo o bem.
Pois eu o omito, e me mantenho calado.
E eu minto, para protege-lo da verdade.
E eu vomito, cada doce memória que eu tenho sobre você.
Como hoje eu vomitei, e chorei.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é o da digitação.
Este manifesto é tão longo.
Infinito como a minha imaginação.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som clama ao seu coração.
Este manifesto pede o seu perdão.
Através deste lindo dom.
E ainda sim eu omito, o que eu sinto e e o que eu senti.
E eu minto, por vergonha da minha verdade.
E eu me fantasio, inventarei outro personagem.
E eu vomito, chorando, cantando o seu nome em segredo.
Mesmo o silêncio tem um som.
E este som é do meu coração partido.
Mais uma vez amei alguém que me é proibido.
Pareço que eu não aprendi com a experiência.
E eu me isolo, em um canto escuro da terra.
E minha mente e coração entram em guerra.
E eu minto para proteger o seu nome como um castigo.
E eu vomito, por não conseguir conter o amor que eu sinto.