Muros da Desternura

Não espere perder sua voz...

De tanto berrar com eles...

Que mais precisam de amor...

Para então chamar meu nome.

Não espere ferir seu corpo...

Por anos em trabalho árduo...

E lesionar sua alma e mente...

Deixando empoeirar um sax.

Não se afunde no passado...

Em idos das decepções...

E esvair-se a esperança...

De aceitar uma paixão.

Não espere o verão chegar...

Para finalmente entender...

Que inverno algum deve ser...

Preenchido em solidão.

Não espere dar-se inteiro...

Nas mãos de quem deseja partes...

Partes de inteiros toques...

Mas vazios de compreensão.

Não se amargure em dor...

Erguendo muros de lamentos...

Na trilha de desternura...

Sem ver o quanto lhe entendo.

Não enxergue prazer algum...

Em alheias lágrimas derramadas...

Crendo tão erroneamente...

Que ninguém se importava.

El Moura
Enviado por El Moura em 04/08/2019
Código do texto: T6712583
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