Calabouço

Não, querido

Não te preocupes em me fazer respirar

Não venhas me tirar do meu calabouço

Eu já estou deveras acostumada a estar envolta em trevas

Tu, de tão gelado, para mim nevas

Teu coração, meu caro, não passa de um pedrouço...

Não, não preciso mais da luz

Tu bem sabes que eu mal ouço

Não posso mais com dispensáveis verdades

Não sou nem em sonhos uma "gitana" andaluz...

Poupe-me de máscaras para a sua frialdade

E, por favor, enclausure-me de vez porque eu devo realmente ser digna do absoluto sacrifício em nome do seu ego carcomido

Adeus, só feche meus olhos e nem vislumbre fingir luto.