Se i tu

Se não rissem os rios como rimos nós

Não seríamos os seres que são aqueles bobos

Mal embriagados de seus vinhos vindos vez da vinícola,

Vez das vésperas de vossas saídas, vez de nós.

E se as folias florescessem por flores a fio

Nossas alegrias alegres seriam como aqueles alegres bobos

Embriagados do vinho de nós.

E tão pouco seria ser fácil o difícil,

Seria ser doce o amargo,

Seria ser áspero a tez,

Seria ser manso o conflito,

Seria ser tu meu eu.

E todo toldo que em todo me cobria

A tudo se calou em todo, em completo,

Sob o toldo para da chuva se abrigar.

São só cartas, amor, de amor

Amor amorecido dos rios que riam

Ao levar amores água abaixo.

Seria Iara sereia (um) ser tão cruel?

Logo ela, amante mãe, mãe d’água,

Amante do rio, e que de si ria.

Mas não desceria ao fundo tragando

O amor de alguém

Que nem se quer saberia

Se foi amada também tão bem quanto amou,

Tão bem quanto rio, quanto o rio,

Quanto ao cio, quanto si.

Crônicas de um Ignorante
Enviado por Crônicas de um Ignorante em 19/01/2019
Código do texto: T6554901
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