Jovens Tristes
Uma geração de poetas
De desamores
Exímios sofredores
Autênticos cria-dores
A vida enterra-nos como cultura
A caneta é a sepultura
O fogo é glorioso
O nevoeiro diabrura
Uma geração de perdedores
De quem não luta
De sofrência adulta
Em idade diminuta
Não conquista nada
Nasceu pra morrer
Vive rebentada com os pensares em comer
Uma geração de amantes
Só escreve despedidas
Engaveta as flores
Não recita os seus louvores
De miúdos apaixonados
Sem correspondência
Nada mais pode ter
Além do próprio nada.