Folha Seca

Já não há mais nada pra ser dito

Já não há mais nada para o olhar testemunhar

Já não há silêncio, nem mesmo grito

Não existe amor, nem há de se esperar

Seca o rio morto, morre a vida que há

Padece o mar morto, que havia de o rio esperar

Aguça no peito aflição, afligi o rosto sentido

Desaponta o extremo da vida, oráculo do tempo perdido

Caminha o trecho obscuro

Soletra sem nada entender

Carências, ilusão sem futuro

Há pudor? há amor? há prazer?

Sois agora o que dantes não fora

Eis o elo que havia faltado

Se as escolhas que tens não são boas

Olha agora este mel derramado

Segue sim, segue amante da vida

Tens prazer em sua breve alegria

Já é sabido o desfecho de outrora

Dá sequência em sua vida vazia.