Desamor
A noite dói.
Cada brilho no céu
E o vermelho no canto de boca,
Enfoscado por lembranças.
Últimos minutos de suspiro
E uma ligação, aquela
Destinada ao amor.
Lembrava-se de sua amada,
Mas tinha destratado o coração,
Abraçou suas
Amarguras e orgulhos,
Apagou seu interior.
Lembrava-se de sua família,
Mas de família entende
O acolhimento e carinho,
Ele desconhecia,
Era infundado no pragmático.
Lembrava-se de seus amigos,
Mas o ouro não compra o laço,
Compra a falsa gloria,
A ilusória e momentânea,
Compra estátua de própria adoração.
Lembrava-se de seus ódios,
De o seu recriminar o próximo,
A morte de sua criança interior,
As estacas de suas mãos
Apontadas ao outro.
Refletia ali sobre o perdão,
Mas não sabia nada sobre,
E questionava-se,
Poderia eu ser perdoado?
A noite não mais doía.
Viveu sem conhecer o amor.