O Verme e a deusa
Ele
Com toda prepotência
Gloriava-se um deus
Intrinsecamente
Sua essência
Era o mais belo
Dos asquerosos dos Vermes
Alimentava-se das imundices
Que a alma oferecia
Degustava
Os mortos de batalhas banais
Toda via, Ela
Ah , Ela
Que fazia o mais belo dos Lírios de Salomão
Murchar
Perante tamanha grandiosidade
Até a mais pura das Mirras
Atordoava-se diante do seu perfume
Essa sim
Era deusa
Com vestimentas formais
Ou até nua
Era deusa no falar
E o pobre verme
Rastejava-se
Querendo só o talho de sua sombra
E Ela
Como toda sutileza
E divindade
Devorou-o
Com desgosto
E desprazer
Provando-se assim
Que deuses e vermes
Perecem por causa do poder
Ou a falta dele