Matrequea|dor
Dentuça matraca
Toda dentada
Pedaço bocal por pedaço
Um aspargo lateral
E a bochecha respirando aquele céu da boca
Um peixe parecendo por fora
Ficava assim o matrequeador – da matraca: fala, fala!
Dizia ele: “matrequei|a|dor”
“Agoro solo me condoo”
Bela das operação meteram lá
Operaram os dente escondido do poeta
Tinha gengivado uns baita duns dentão!
Gigante de se ver
Mas minúsculo no substrato
Invisível ao ponto do silêncio
Pois que isto não matrequeiava isto
Era que não nascera
E este fétido feto dente saiu
Na sangria operacional
O odontológico segurou a abertura do rosto
“Abre ae!”
“E fica”
“Mantém”
Recebeu uma mini injeção de 16,8 cm
Injetou lá dentro aquele líquido branco
Viscoso e gosmento
Que anestesiou
A queda brusca ficou apenas de pressão
O terremoto convulsionou a boca do matrequeador
O sangue jorrou
Mas nos seus olhos não borrifou
A visão nem se deturpou
E o consultório parou.
Não estava sobre rodas
E nem se tivesse o freio ia trincar
O dente, intacto, saiu nas mãos do dentista
Ora, “Dr. Ocaso sou!”
E o acaso do menino tratou
Antes que a coisa virasse e revirasse lá dentro
Remexendo onde não devia
Nem mexericando ia poder da dor que ia se acometer
Os dentes iam se trinchar todos
Como se houvesse guerra lá fora a combater
As comidas iam vir
Tal que granada ia enfincar os estilhaços nos cantos
Entremeios mais completos que os entres
Anestesiado e com a boca contorcida
Saiu-le do escritório
Ileso até onde a mirim morfina e o analgésico permitir
Doença pré-salvada
Dos anti-bióticos
Das anti-vidas
Dos anti-amores
Das anti-amoras
Dos antis-pé-de-árvores
Das antis-pegadas
DS OA!
Nem nasceu em seu signo “dentiniano”
Declarado a fim de si
Em prol da causa, o juiz escusou
Mas não houve ajuizado de menor que aceitasse
Os pró-vidas se chatearam
“Tem que se deixar viver, se deixar amar”
“Não importa a criminosa nascência”
“De nascência, apenas o atentado: pois a favor da vida! ”
Mas não havia a que se auxiliar
Ficou queixado
Bonacho inchado
Conseguia pouco falar
Em tremendo lado extremo mitigava o mastigo
Mas o desinchaço
Perdido nos eternos
Compareceu ao enterro do Sr.Dentiniano
Nem nascido fora, mas tão sisudo e respeitado!
Houve, quem dissesse!
sE INVERTEU AS COISAS
nADA sE ENCaixa nÃO
nEm A OrDem NorMal DAS CoISAS convém MAIS
MAIS
MAS...
Ocorreu
E o dentiniano não nasceu
O siso deste dente não se formou
Desvitaminado precisou ficar
Por|quem dente necessitaria se
Vita|Minar?
Vital mina de si próprio
Renegou
O amor, nem chegou
Se completou, mas não enraizou
Ficou incompleto na plenitude
Da dor do matreca
Maqueias mais uma de suas
Ó falante matrequea|dor!