Disfarce
Sonhamos ir aonde, coração está,
pra não fracionar sentido da vida;
ora parece factível, outra, não dá,
a incerteza assoma qual bruxa má,
o medo da chuva, recebe guarida...
O desejo de ver, de ter, nos aguça,
nem sempre, a sede acha vertente;
toda diatribe à solidão é carapuça,
pois, quem brinca de roleta russa,
não pode ter a morte por acidente...
E brincar de amar o impossível dói,
quem nos convence d’outra opção?
Nenhuma, vista, “infrói ou, diminói”
Resignação, disfarce do super-herói,
a face, esperança, dilui na multidão...
O resumo da ópera doída, agora sai,
No choque da realidade com planos;
Real é madrasta, sonho quer ser pai
Enfim não dá pra ir onde coração vai,
E ele se recusa a ficar, onde estamos...