Reforma

Amei daquela vez, Chico, e foi a última.

E já faz tantos anos... Coração sólido!

Nunca mais flutuei no ar como se fosse um pássaro

nem troquei palavras como se fosse um bêbado.

Nunca mais amei de amor, Chico!

Amor! A certidão para nascer,

a concessão para sorrir...

Como ser poeta sem amor, Chico?

Só me resta mesmo reformar teus versos.

Antes tivesse sido eu

quem morreu naquela construção.