sobre o amor e o desamar
É tarde da noite e eu aqui, parado, perplexo e julgando incompreensível a conformidade alheia. Não por ser uma maquina infatigável de mudanças, mas por não aceitar tanto a imposição que me é dada. Por que o amor? É, por que o amor, caro escritor? Pare de escrever sobre amor, nem bem idealize tanto.
Ousei escrever sobre desamor e, a priore, nem bem sabia o que era. Permiti-me escrever sobre o desamor sem bem antes lê-lo em dicionário. Tanto faz o que está lá. Veja: o sentido de desamar está em ti. Ou em mim. Questiono-me, desconfortado, se há como flexionar o desamor. Eu desamo, tu desamas e o mundo vem a falir. Afinal, mesmo que haja uma fixação quase que total para falar de amor e que ninguém consiga definí-lo, fato é que ele serve de engrenagem fundamental para o bem estar social. O amor não une fronteiras, ele as quebra. A prova viva disto é que, gramaticalmente, se disser "Te amo", pura e simplesmente, reforço-me em erro; mas é o amor que está em jogo e quem ousará dizer que estava eu errado em não dizer que "amo-te"?