DISTÂNCIAS
Te vejo assim tão distante!
Há um frio entre nós.
Uma névoa branca...
Óbice que já não posso ultrapassar,
pois se fechou em si mesmo
ao plantar cipoais em teus castelos...
E eu fui ficando de longe;
um cervo perdido,
cercado pelas ramas esgalhadas
onde a neve teima em se equilibrar.
E tu? Que já nem me olhas
ou desvia o olhar,
insiste nessas distâncias...
Então só, vago pelas colinas nevadas...
Um espantalho de neve
açoitado pelo vento...
O coração, um músculo agonizante...
O amor, uma chama que não se extingue....
E pior: inflama inda mais...
Nos “desejos calçados pela neve “...
Ou ardendo no leito frio...
Os sonhos deslizando pelos lagos de cristal...
E submersa a ilusão... Desesperada...
Cega pela neve...
E tu vais distanciando...
Isolando-se em sua ilha
“cingida pela neve alada” .
( Imagem: google)