NOSSA SENHORA APARECIDA
Maria, o seu nome inscreveu pelo Brasil
No culto de Nossa Senhora Aparecida
São Paulo, lugar da atividade fabril
Foi a nesga de terra por Ela escolhida.
Para uso e gasto do governador do Estado,
Pedro de Almeida – depois conde de Assumar!
Os pobres pescadores, todo o seu pescado
Foram intimados à comitiva entregar.
Afortunados Domingos, Felipe e João
Da água do Paraíba, num véu espumante,
Colhem uma imagem da Virgem – que emoção!
Torna-se a pesca, em poucos lances, abundante...
Às margens do mesmo rio, ergue-se capela.
Prodígios, milagres sem conta, é fé copiosa
Que, no Brasil, por todo lado se revela...
E hoje, se “Menor”, a Basílica é grandiosa!
Aos cinquenta anos do Dogma da Imaculada
Do povo a coroa não se fez aguardar
Com ouro feita, de diamantes cravejada
Na fronte da Virgem, foi ela repousar!
Dia de sol, presente o Núncio, D. Júlio Fonti,
De Bispos e Presbíteros que aglomeração...
De todos os Estados vieram representantes
Nas lágrimas dos fiéis, uma real comoção!
Cidadão da cidade ou caboclo do agreste,
Ontem, hoje, num porvir que será presente,
Irão entoar, de norte a sul, de oeste a leste,
E repetir desde a aurora até ao sol poente:
“Do céu da Pátria”, plena “de auriverdes cores”
“As tuas mãos derramam” sobre nós “graças tantas”
“Que no peito brasileiro” cabem louvores
“Que em meu torrão”, Brasil, “o trono tu levantas!”