Pó
São sete palmos de terra,
Mas neles sei que não cabes,
Entretanto tu não sabes
Quanta verdade que encerra.
Isso terás como cova,
Que de germes povoada,
Mostrará o quanto és nada.
Isto servirá de prova.
Não caberás nesse canto
De germes e pedregulho.
Sobrará só teu orgulho
Sem uma gota de pranto.
Não esqueças que tu és pó;
O Criador te fez do barro,
Do mesmo que se faz jarro.
Uma matéria prima só.
Quando enfim descobrires
O pouco ou nada que tu és.
Nem tudo estará aos teus pés,
Nem chorará se partires.
Gravatá, 14/06/2024