Do Fingido e Ingrato que Eu Sou
Do fingido e ingrato que eu sou;
E a maldade que não pude versejar;
No poema que me veio a calhar;
E o demônio que de mim se ocultou.
Do alguém que repugnante se mostrou;
Cuja maré sempre vive a errar;
Na mentira a si próprio enganar;
E o inferno que no fundo desejou.
Cuja essência se inclina para o mal;
Pois bem também o Hades tem logrado;
Mas sempre vem o Céu e o seduz;
E espera sem saber o seu final;
Mesmo que o versejar tenha falhado;
A estrela que o Menino Deus conduz.