Um barquinho na correnteza
Segue suave a natureza, ó meu barquinho!
Antes que a fibra da madeira se umedeça.
Se lance ao vento e à correnteza obedeça
Deixe que o Rio já conhece o seu caminho
Não se assuste se encontrar uma cachoeira
Se o remanso for mais escuro e escondido
Aproveite o descanso, ele é bem merecido
E fique alerta que toda enchente é traiçoeira
Por sobre o leito destas águas que é a vida
As ondas vêm levando troncos e barrancos
Nos conduzindo aos empurrões e solavancos
Pois a sua índole é compulsória e atrevida
E não reclame, se em nada adianta blasfemar
Entregue o leme que o barqueiro é competente
Sobre os teus feitos e teu destino está ciente
E só lhes cabe o ofício mais duro que é remar
Mas não esmoreça se o percurso tiver curvas
Ou se na estrutura do teu barco houver falhas
Por duvidares das tuas forças te atrapalhas,
Sem equilíbrio podes cair nas águas turvas...
Tendes bom ânimo e ponha a fé no Capitão.
Ele te guarda e te conduz rumo ao futuro...
Sabe a rota para o teu porto mais seguro...
E se faz "O Rio" onde navega o bom cristão.
Adriribeiro/@adri.poesias