Desperto
A poesia vem quando o eu se esvai.
Encontra sentido em paisagens desconhecidas.
Quando me deparo com o temor.
O desconhecido toma forma.
E toda a desconfiança é levada embora.
Sozinho, não estou perdido.
Em aparente abandono.
O interior grita.
Um dia sussurrou.
Hoje, até perdeu sua voz.
Na profundidade do desconhecido.
Aquele que quer se tornar conhecido se revela.
A alma pranteou quando o viu.
Caiu de joelhos ao contemplar sua face.
E as mãos tomadas por cicatrizes.
Aquecem o corpo frio.
Daquele que a pouco levantou do exílio.
Em noites mal dormindas.
Incessantes devaneios.
Viu o amor chegar.