Vazio
Tempos antes de ser encontrado.
Os dias passavam como neblina.
As horas, eram vultos efêmeros.
Do nascer ao por do sol.
Anseios passageiros usurpavam a minha sanidade.
O esperança que me sustentava.
Digladiava diariamente com o mal que tentava me engolir.
E de onde tirei forças?
O meu socorro veio do alto.
De um mar de ansiedades.
Fui resgatado por um barco.
Onde não haviam passageiros.
Apenas vazio e um espelho.
Segui sendo levado pelo vento.
Dia após dia.
Confrontando e sendo confrontado.
Ao leste sentia o renovo, esperança no que vem.
A oeste, preocupação com o fim de mais um dia.
E por mais que houvesse anseio.
Não enxergava destino no horizonte.
Nunca avistando um cais no qual pudesse ancorar.
De tempestade em tempestade aquela embarcação seguia intocada.
Lutando, não a deixei naufragar.
Até finalmente entender o que o Senhor fazia ali.
Cada dia, cada vez que pensei em desistir.
Era gerado em mim uma esperança na glória que há de vir.
Que pesa mais que toda dor e angústia momentânea.
E hoje, já não vivo pelo que anseio.
Mas sei que Ele há de lançar âncoras logo que o sol vier me abraçar.