REFLEXOS

Querer nem sempre é poder

Amar nem sempre dá beijo

O calor da sua boca ferve em mim

E será pra sempre desespero

É só dar uma volta

Estarei outra vez em casa

Não posso mais tocar tudo que eu tinha

Mas a ilusão de possuir ainda vive.

Durma hoje aqui comigo

Esperança sonha

O sonho liberta outra vida

Posso ver teus dias contados

Evitar um nome indigno

Com sobrenome estranho

Meu cabelo alisa o vento

Escrevendo o dia de amanhã.

Alguém caiu na esquina

Sem sonhos pra compartir

Viveu até o limite

Porque não era semente.

E caiu cedo demais

Nas redes do improvável

Nas garras do improviso

Num dia branco nublado .

Ignorância plena,

Insubordinação

O riso às vezes parte prematuro

Sem nenhuma direção.

Estamos dentro da caixa

Com um papel embrulhado

Como se fossemos presentes

Agora fora de órbita, contaminando o lugar.

Com meu discurso curto

Sem nada pr'acrescentar

Contando cadáveres em ruas escuras

Esperanças que alguém levou.

No esgoto aberto desgostos expostos

Agua suja usada suja

O mau nos muros

Com saudades dos impuros.

A sombra da chuva

O espelho sem imagem

Folhas sem uma letra sequer

Peneira o ar sufoca o choro.

guedesharasmar@gmail.com

Geraldo Guedes Cardoso
Enviado por Geraldo Guedes Cardoso em 27/09/2024
Código do texto: T8161417
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