DAQUI DE BAIXO

De onde estou sou ninguém,

Me tratam como tal,

E não estão nem aí,

Sou um fulano qualquer.

Sirvo para nada todo dia,

Nada me dão e tudo me cobram,

De costas ficam e tudo bem,

Já fiz o meu dever!

Daqui de baixo vejo tudo,

Sei quem é quem

Nesse jogo intrincado e sujo,

Que não é para qualquer um.

Agora aparecem os "amigos"

Todos cheios de amor,

Me oferecem mimos,

Que não me fazem sentido.

As portas logo se abrem,

Me tratam como pessoa,

Mas o que não sabem

É que os engano numa boa.

Se me fazem de otário,

Eu também dou o troco,

Fico lá no meu armário

Só esperando outro trouxa.

E tem gente que acredita,

Que vai sair vitorioso,

Essa maldita política

Torna o homem vaidoso.

Me fazem tantas promessas

Que já nem ligo mais,

São bom de conversa,

Uns menos outros mais.

Mas é tudo a mesma coisa,

Só muda o partido,

Depois de eleitos se lambuzam,

Se não, voltam ao seu velho ostracismo.

Depois de quatro anos aparecem,

Como se fossem imprescindíveis,

Dizem coisas que não fizeram,

Fizeram outras que não disseram.

E assim é a política,

Que entorta algumas cabeças,

Uns ainda perdem tempo

Defendendo o que não tem defesa.

Levam as brigas para casa,

E também para o trabalho,

Enquanto defendem o canalha

Que em silêncio se aproveita.

Estou vendo tudo isso

E me sinto enojado,

Político devia ter compromisso

Com o povo, que vive largado...

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 19/09/2024
Código do texto: T8154976
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