Leia-me se for Capaz!
Prima, do Diabo é a Rima!
Aos inocentes humanistas e ingênuos matemáticos que ignoram a lição dos números de cor,
Contem os meses,
E verás que mais de 9 meses de isolamento familiar não distanciado de camas,
Se passaram;
Ocasionando tempo suficiente para uma nova geração desovar,
Razão a qual, se não for menor que o número de mortos pela Covid,
Sem trabalho e alimentação,
Irresponsabilidade de governos,
Falta de balão de oxigênio,
A família não planejada e a fome,
Muito, abundantemente,
No futuro será maior,
E a miséria brasileira,
Só vai piorar.
A massa bruta sonha com carros importados,
Casa na praia, viagens para o exterior,
Ser nobre em riqueza,
Mas desperta,
Dá likes e mais liquens,
Curti mesmo,
É pobreza.
Boi bumbá,
Mico leão dourado,
Pito de palha,
Desça sobre mim Preto Veio,
Saúvas em ovas,
Pai, Filho,
Espírito Santo,
Saravá.
Se nada fiz no passado,
Nada mereço no presente!
Parabéns, és forte em atitudes; pelo menos no quesito curiosidade.
Insalubridade
Galos cantando nos quintais,
Nem laranjeiras para os sabiás,
Nem cadeiras nas calçadas,
Em minha rua não tem mais.
Em compensação,
Nobres maciços de concretos,
Diretos, envidraçados, curvos e retos;
Águas em enxurradas desatinadas,
Antenas espinha de peixes,
Altos e imponentes arranha nuvens,
Marteletes e retroescavadeiras servis,
Guinchos de bem-ti-vis;
Dentes formando janelinhas,
E pequenas peças de roupas,
Tremulam,
Aprissionadas nos gradis dos varais.
Se por um lado os originais e recíprocos se perderam no tempo,
Por outro,
Sentimentos impermeabilizados nascem todo dia,
Laqueadura urbana,
À cada instante;
Em louvor e glória,
Santa ceia, santa,
Divino montante.