CANTILENAS DE UMA GUERRA

I

Esquerda!...Direita!...

Esquerda!...Direita!...

Marcha, acelerada

Ideia fardada

Guardas armas

Atiram soldados

Atômicos deserdados

Direita!...Esquerda!...

Direita!...Esquerda!...

Marcha, acelerada

Ideia fardada

Pobre famigerada

Esquerda!...Direita!...

Esquerda!...Direita!...

Marcha, acelerada

Ideia fardada

Toda camuflada

Direita!...Esquerda!...

Direita!...Esquerda!...

Marcha, acelerada

Ideia fardada,

Pra guerra, da paz ?!

II

Vai Morrer!... Vai Morrer!...Morrer!... ( na forma “ópera”, “coral” )

III

Pôw !

IV

Arma, morte

Arma Arma, Morte Morte

Arma Arma Arma, Morte Morte Morte

Arma Arma Arma Arma, Morte Morte Morte Morte

Arma Arma Arma Arma Arma, Morte Morte Morte Morte Morte

V

Droga, Droga, Droga, Droga, Droga... (substantivo)

Droga, Droga, Droga, Droga, Droga... (adjetivando)

Droga, Droga, Droga, Droga, Droga... (ensandecendo)

VI

O que foi, Maria ?

José, tenho medo...medo do meu medo. A noite tem permitido que o dia à ofenda.

Confia, Maria !...Confia...

Já não confio nem em meus sonhos...se tornaram escravos do mal...não conseguem, se não, infernizar-me!...neste instante levaram-me ao sangue do fogo !...José, o que estou fazendo aqui?

Acorda, Maria !...Acorda, e veja que dormia...acorda!...e veja que vivia de sonhos...de sonhos que só levam a pesadelos dependentes...acorda, Maria !...Ou te proibiram de sonhar...

Tenho medo de sonhar! ...De não querer mais acordar...sei lá!!!...óh céus !!!...Que tempos são estes?...onde o amadurecimento do fruto é trazido à golpes de faca?...Que tempos são estes onde a verdade só fala ao silêncio da cama?