SOU ÍNDIO
Sou indio
Dono das montanhas
Serras, rios, florestas tamanhas
Que a visão não alcança
Minha sombra anda pela mata
Meu espírito corre e ultrapassa
A natureza me destaca
Desde os primeiros tempos
Curumim sonha com o futuro
Como no passado seu pai
Liberdade que se vai
Riscando o leito do rio
Cai o habitat em tormentos
A defesa seu maior desafio
O homem que se apresenta
Como o salvador do mundo
Trás com sigo a tormenta
Do pensamento imundo
Morte, desgraça e dor
Espalhados na floresta
Longe, bem longe o amor
Entre folhas e cipós se apresenta
No pouquinho que resta
Qual ambição não tenha?
Deixem o índio só!
Com a sua aldeia ao lado
Antes que só reste o pó
É o último sopro for calado
E quando tudo estiver terminado
O deserto enfim se apresenta
Eis me aqui cenário morto
Onde a vida não aguenta
Onde não existe sopro
Só areia, nem mais venta.....