O FIM NEM SEMPRE É O FIM

Num voo displicente,
a ave adentra a sala
pela janela.
Quando percebe
que está em lugar errado,
procura retornar,
começa a se debater
na parede transparente.
O gato já está em cima do sofá.
Ambos com todos os instintos
aflorados...

Ela em pânico,
asas cansadas,
tenta se manter suspensa,
única possibilidade
de sobrevivência.

Nele, a cauda inquieta
contrasta a atenção facial,
garras expostas,
pupilas dilatadas,
o dorso eriçado
na iminência do pulo fatal.

Por fim,
ela vacila,
escorrega pelo vidro,
sucumbe ao cansaço.
parece que todas as forças
se esvaíram em vão.
Vai descendo
sem dar um pio!...

De repente,
ela encontra
o vão livre da janela,
recupera o ânimo de súbito,
bate asas
para a vida...
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 27/03/2018
Reeditado em 27/03/2018
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