SANDÁLIA NO MONTURO‏

SANDÁLIA NO MONTURO‏

SANDÁLIA NO MONTURO

marcope peres 11/04/2015 Manter esta mensagem na parte superior de sua caixa de entrada

Para: marcope peres

A SANDÁLIA NO MONTURO

Sandalinha retorcida

Pelo sol e pela chuva;

Tão pequena,

Sugerindo uma criança mimosa

Dos pés gordinhos,

Descobrindo o mundo

Com a beleza da curiosidade infantil.

Sandália que foi a festas de aniversário,

Acompanhou a mamãe à Igreja,

Foi à casa da vovó

- Linda!... De sandália nova! ...

Quem comprou?

Papai?

Dá um beijo na vovó...

Dá?

Hoje no lixo

Onde seria a calçada do lote baldio

Virou sandália de monturo,

Virou cisco,

Sandália velha

Jogada fora

Esperando que o tempo a destrua

Ou que se apodreça.

Mas sandália no monturo não acaba.

Retorce, se entorta,

Empina o bico!...

Fica feia, feia,

Nem parece que já foi tão linda.

Passa a seca,

Chega as águas

E ela tá lá.

Teimosa, pequena, retorcida.

Sua dona já cresceu,

Vai à escola,

Usa tênis,

Não se lembra mais dela,

Da sandalinha do segundo aniversário,

Que virou lixo,

Está no monturo

Esperando seu fim,

Até que um dia,

Alguém ponha fogo no cisco!...

Marcope

GYN, 14/09/1993

MARIANO PERES
Enviado por MARIANO PERES em 21/04/2015
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