Poeta pé-no-chão


Admiro os poetas que viajam
No trem ligeiro da imaginação
Descobrindo em seus mundos encantados
Motivos para tanta inspiração
 
Para mim não é fácil fazer versos
Pois não tenho a mesma capacidade
Os meus versos quase sempre são retratos
De momentos da minha realidade
 
Mesmo não tendo tal facilidade
Vou tentando inspirar-me mesmo assim
Como agora, na menina tão pequena,
Solitária em um banco de jardim
 
Ainda é cedo, manhã fria, ceu nublado,
O sol aparece contrafeito
Se até o sol, no ceu, ainda cochila,
Por que ela já abandonou seu leito?
 
Se é que um leito possui, a tal menina,
Uma casa... Um lar... Será que tem?
Qual será o futuro com que sonha?
Ou isso a vida lhe negará além?
 
Procurando ser gentil nesse momento
Esbocei um sorriso para ela
Retirando o dedinho que chupava
Devolveu-me um sorriso banguela
 
Outra volta no passeio caminhando
Encontrei-a num parquinho, sorridente,
Não mais só, tinha agora companhia,
Uma irmã? Uma amiga certamente!
 
A lição que tirei desse cenário
É que a felicidade é algo bem sutil
Se não se encontra no frio banco da praça
Talvez esteja em um parque infantil
 
Antes triste a menina solitária
Esbanjava agora felicidade
Inspirando este poeta pé-no-chão
A fazer versos da sua realidade

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 08/04/2013
Reeditado em 10/05/2013
Código do texto: T4230794
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