Eterno Aprendiz
O clarear reluzente resplandece na noite sombria
A água corrente a mim desafia
O sol escaldante ao meio-dia
O calejar em minhas mãos mostra a luta constante.
Adocicado néctar me entorpece
Lacrimejo ao redor da imagem
Que outrora precisava ser aperfeiçoar
Esbarro na pedra extraída da mina
Imploro ao me debruçar sobre a redoma.
Esfrego as mãos para agradecer
O aconchego é para aquecer
Admiro a silhueta da morena donzela
Faço votos para o observar vislumbrante
Conjugo verbos com letras consoantes
O retumbar dos tambores respinga alegria
Conclamo o poder da sagacidade
Sou consciente, eficaz e temeroso.
Declamo o soneto expoente
Solto minha voz de forma eloquente
Ministro minhas artes com veemência
Aos pés da protetora, peço clemência
Posso exaltar e persuadir
Minha capacidade é quem diz
Posso não ser o bom trovador,
Mas sei que sou eterno aprendiz.
Autor: Paulo Vasconcellos, integrante da Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira Nº5.