Eterno Aprendiz

O clarear reluzente resplandece na noite sombria

A água corrente a mim desafia

O sol escaldante ao meio-dia

O calejar em minhas mãos mostra a luta constante.

Adocicado néctar me entorpece

Lacrimejo ao redor da imagem

Que outrora precisava ser aperfeiçoar

Esbarro na pedra extraída da mina

Imploro ao me debruçar sobre a redoma.

Esfrego as mãos para agradecer

O aconchego é para aquecer

Admiro a silhueta da morena donzela

Faço votos para o observar vislumbrante

Conjugo verbos com letras consoantes

O retumbar dos tambores respinga alegria

Conclamo o poder da sagacidade

Sou consciente, eficaz e temeroso.

Declamo o soneto expoente

Solto minha voz de forma eloquente

Ministro minhas artes com veemência

Aos pés da protetora, peço clemência

Posso exaltar e persuadir

Minha capacidade é quem diz

Posso não ser o bom trovador,

Mas sei que sou eterno aprendiz.

Autor: Paulo Vasconcellos, integrante da Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira Nº5.

Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 22/01/2013
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