... Instante
Não sei se sei de mim agora...Mais que antes quando tudo era sonho vivo
E em cada instante mergulhei sabendo que a estrada,
ainda a construir, podia ser errante e afastar meu eu de mim.
Não sei se sei de mim agora...
Quando outrora erguia a taça espumante,
E namorando a vida tão exuberante,
Em doses rápidas sorvi todo o instante,
Que quis sorver meu eu de mim.
Não sei se sei de mim agora...
Nos passos não mais tão constantes,
Fugas, ferozes... Faz-se à caminhante,
Na areia do deserto escaldante,
Com sede de provar meu eu de mim.
Não sei se sei de mim agora...
Enraizados os sonhos, a taça, os passos,
Tudo que se passa aproxima do outrora,
Do meu eu, que também, cuidou
De mim.
Liliane Prado
(Exercício Poético)
(Exercício Poético)
Este poema é a 'inspiração original' que posteriormente gerou o soneto "...INSTANTE!" também publicado aqui no Recanto.