ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO
Às vezes, não sei quem sou.
Desconheço-me por dentro.
Nem o tempo sabe
Nem o vento entende
A mim ou ao meu sentimento.
Estou sempre entre incógnitas
Que não se equacionam.
Entre o grito e o silêncio
Entre a ausência e a saudade
Entre o que ouço e o que calo
Entre o que falo e o que ouço
Entre o abraço e a solidão
Entre o medo e o anseio
Entre a distância e a presença
Entre o que penso e o que não sei
Entre o amor e o amor...
Às vezes, me pego
Tendo saudades de mim
Quando alheamente amava
E nada sabia do amor.
Mas esse tempo
Foi empurrado para o passado
Junto com as vontades condensadas
E as argumentações coerentes.
Estou sempre em conflito
Entre o real e o imaginário
Sem saber exatamente
Em qual deles o amor se encaixa
Se ele é real no imaginário
Se ele é imaginariamente simbolizado
Ou se simbolicamente despenca no real.