ESPERTEZA CAIPIRA

Da escolinha da fazenda

Segundo ano terminado,

Vem batê cá na cidade

O Manézinho do Encantado.

Sem tê nunca enxergado

Uma escola da cidade,

Foi fazê um tar exame

Prá prová suas qualidade.

As figura ia mostrando

A muié, a tar de Tia

E os moleque rabiscava

Tudo aquilo que eles via...

A primêra lustração

Que a mestra sigurava

Era uma cabaninha

E o mané logo tascou

Que aquilo era CASA!

A segunda ela mostrô:

Era um bicho lá do mato

Tinha bico e nadadêra

E então o Mané carcô,

Que aquilo era o PATO...

Na tercêra das figura

Foi que a coisa disandô,

A muié mostrava um bicho

Que a tudo arrepiô...

Os moleque se mangaro

-"Que facinho é essa obra"

E tudo mundo escrevinhô

Que aquilo era COBRA...

Manézinho alevantô!

Se achegô mais da figura,

E vortô prá escrevê

Cá maió desenvortura.

Abaixô sua cabeça,

Foi se benzeno primêro:

Que aquilo, aquela cobra,

Era um URUTU CRUZÊRO!

JU CRAVEIRO
Enviado por JU CRAVEIRO em 13/06/2013
Código do texto: T4340253
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