BEM, ADOÇA O SUCO
Êta vinte e cinco
Anos de casado
Mal pitado sô!
Fechou com o vento
A porta no trinco
E a maçaneta
Em falso virou
Baita arrasta pé
Lá do chão batido
Só poeira vinha
Tinha uma moça
Dentro do chalé
E ali ficamos
Presos na cozinha!
Veio morde que
O dono da festa
Disse a tagarela
Que mal pergunte
Sem teretetê
O que tanto fuça
Aí nas panelas?
Vim pegar Uai
A pinga Calvície
Debaixo da pia
Pois o careca
Lá do chope disse
Sem esse quebra gelo
Dá disenteria...
De pergunta feita
À resposta dada
Percebi então
Que tinha entrado
Numa enrascada
Com saída armada
Pra mais confusão
Pois na hora H
De dançar a valsa
De bodas de prata
O sanfoneiro gritou:
_QUEM DANÇÁ
MIÓ LEVA OS MIR
DO FUJÃO DA GRAVATA!
Foi aí que eu disse
Nem que a vaca tussa
Tem dindim tô nessa
Um... dois e... puxa
Abri a janela
Do quarto que dava
Frente para festa
E tu me xingaste
Descarado, Traste
Anta, Burro, Peste
Bebum Cretino
Vândalo Suíno
Bígamo Safado
Ogro Cafajeste
Que sonho maluco
Que sonho maluco
Foi um pesadelo
Põe mais quatro gelo
Bem, adoça o suco!