BEM, ADOÇA O SUCO

Êta vinte e cinco

Anos de casado

Mal pitado sô!

Fechou com o vento

A porta no trinco

E a maçaneta

Em falso virou

Baita arrasta pé

Lá do chão batido

Só poeira vinha

Tinha uma moça

Dentro do chalé

E ali ficamos

Presos na cozinha!

Veio morde que

O dono da festa

Disse a tagarela

Que mal pergunte

Sem teretetê

O que tanto fuça

Aí nas panelas?

Vim pegar Uai

A pinga Calvície

Debaixo da pia

Pois o careca

Lá do chope disse

Sem esse quebra gelo

Dá disenteria...

De pergunta feita

À resposta dada

Percebi então

Que tinha entrado

Numa enrascada

Com saída armada

Pra mais confusão

Pois na hora H

De dançar a valsa

De bodas de prata

O sanfoneiro gritou:

_QUEM DANÇÁ

MIÓ LEVA OS MIR

DO FUJÃO DA GRAVATA!

Foi aí que eu disse

Nem que a vaca tussa

Tem dindim tô nessa

Um... dois e... puxa

Abri a janela

Do quarto que dava

Frente para festa

E tu me xingaste

Descarado, Traste

Anta, Burro, Peste

Bebum Cretino

Vândalo Suíno

Bígamo Safado

Ogro Cafajeste

Que sonho maluco

Que sonho maluco

Foi um pesadelo

Põe mais quatro gelo

Bem, adoça o suco!

João Germano Rodrigues
Enviado por João Germano Rodrigues em 22/09/2010
Reeditado em 14/11/2024
Código do texto: T2513960
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.