Falar de você

Hoje vou parar de falar de mim e falarei de você. Não posso entrar na sua mente, mas posso ver o que se passa nesse teu jeito simples de ser, são momentos inesquecíveis fragmentados na minha doce visão sem pensar no coração ou na virtude que transforma entendimento em ideal. Se o caminho de chegar até você é o sofrimento, muito bem, o que é o sofrer? Por ventura será semear terrenos inférteis e depois de tudo vêm às lagartas e destroem o que restou.

É, já vi que chegar perto do seu carinho vai ser mais difícil que me entender, sobretudo irei até o fim sem dobrar a vareda que me leva até seu repouso. Vou ser visionário, vou pensar em não pensar, vou olhar sem onerar o sentido duplo da palavra encontrar, muito embora te achar será meu futuro se assim o tiver, enquanto isso cresço e apareço para ver se meu calcanhar descobre essa adorável sensação de relaxamento.

A sua vida é associada aos inúmeros flancos da certeza na mente branda em poucas linhas. Saltar de lugares sem fim deve ser uma emoção constrangedora para qualquer pessoa, ao menos que o seu sereno molhe minha córnea e através desse jeito desordenado de falhar, deixe minha visão uma sanguinária forma de sentir sua respiração.

Diante do meu ego e da sensibilidade afogada por meros sussurros acabrunhados nas mais injurias que se pode pensar, assim formigo seu lembrar, de tantos mais sou solto sem prisão, a faceta que fisga a minha flutuação dos momentos indigestos é a mesma que dificulta meu querer acelerado, mas se tudo pode acontecer o que transcendo nessa luta é a tua emoção quando está feliz e isso já é o máximo para o ressurgimento do encontrar sem tempo a perder.