Círculo

Meu eterno “dilema existencial” volta a atormentar. Minha força de vontade, que outrora impulsionava às hélices do moinho, hoje não passa de um simulacro para um espírito apático. A energia vital que resplandecia em meus olhos e em meu sorriso, hoje apenas denuncia minha sobrevivência fisiológica através de profundas olheiras e da barba por fazer. Pouco ou nada restou daquele trovador que transformava em versos todo o amor e a alegria que iluminavam seus dias. Uma lápide fria enclausura meu espírito. As garras da besta há muito dilaceram este cérebro que já não mais responde a estímulos.