DE VOLTA À TERNURA DA POESIA
Sim, voltei, enfim! Rendo muitas graças a Deus! Comi poeira e vi o sol queimando indiferente a minha pele, vislumbrei pássaros em vôos altaneiros no calor brutal do meio dia, via, extasiado, o tempo não passar e a estrada nunca terminar enquanto o asfalto pegava fogo borbulhando e as ondas da fervura subiam do chão feito chamas translúcidas; presenciei carros e caminhões destroçados, as rodas para cima, por causa dos acidentes decerto ocorridos por imprudência, bebida ou sono, e chorei quando o sangue das vítimas escorria grosso no solo enegrecido pelo calçado que os homens lhe puseram; revoltei-me com as injustiças, com a violência, com o mal. Cá estou, então, de volta aos braços dos amigos que, como eu, também se enternecem com a ternura das poesias, a beleza das trovas, com a multiplicidade dos textos que enchem as páginas virtuais deste Recanto.