O compasso do mundo.

Acorde de manhã, com o sol em seu rosto, que passa pela fresta do telhado. Levante-se, vá até a janela e a abra, termine de acordar com o azul do céu. Esteja disposto, esteja composto, retire-se de casa, caminhe pelo reflexo sintomático das cores, revele embaixo de cada grão de areia do chão um novo universo, reescreva o mundo, com novos adjetivos, hiperbolimos, onomatopéias... risque traços onde não há ponte, apague laços onde o sorriso se amarra. Crie o seu mundo, seja um inseto de carapaça reflexiva, seja um humano com corpo voltado ao sorver, sorver todos os conhecimentoss singulares e populares, todos os risos, choros, gritos, sussurros. Reconheça em si o gigante da montanha, a formiga do chão. Lembre-se a cada segundo, o todo é você, o fim não existe, tudo tende a reergue-se e juntar-se num só mundo, a primeira pessoa do singular, nós.

Caio Augusto
Enviado por Caio Augusto em 09/02/2008
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T852150
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