Considerações sobre o futuro.
“Não invejo da divindade o poder de onde adveio-lhe o nome: adivinhar o futuro”.(divinari). Prefiro ignorar o futuro, mesmo o imediato, embora cuide, dentro do que me é possível,para que não seja muito ruim.Tenho uma cabeça bem feita, apesar de alguns estragos feitos por meus cabeleireiros.Mas, por mais previdente que eu seja, buscando conferir a mim mesma uma velhice tranqüila,garantida por uma aposentadoria razoável, uma casa para morar,possibilidade de manter um plano de saúde, nada pode garantir o que será o meu amanhã.Ou como será o meu hoje, amanhã. Não sei que peça meu corpo vai me pregar, nem a vida. Muito menos os nossos políticos com suas leis volúveis. Meu bom senso afirma que todas as conseqüências são frutos de causas. Nada é sem que tenha sido provocado por alguma coisa. O grande problema é a minha ignorância: eu desconheço a maioria das causas portanto não posso prever as conseqüências e me defender.Nem posso controlar todas as causas provocadas por outros e que podem me atingir.E olha que eu sou uma pessoa considerada, e que me considero também, inteligente. Mas, quem pode prever um Mal de Parkinson ou um Mal de Alzheimer? Ou uma bala perdida atingindo minha coluna? Sendo assim, para evitar maiores preocupações, procuro pensar que só o que tenho é o presente e que este é um tempo breve. Brevíssimo.Não se assustem com essas afirmativas os meus amigos crédulos.Eu também creio,(embora com um pé atrás), que a Vida é eterna. Mas essa vida que vivemos, aqui no Planeta Terra, é a que tenho que considerar agora.Essa vida em que sou chamada pelo nome que me deram quando nasci, herdado de minhas avós. Essa, é uma vida perene e finita.Quando eu deixar de ser um fragmento e me integrar ao Todo, aí sim, a eternidade será o meu presente.Mas aí, eu não serei o eu que eu sou hoje.(Lavras, 22 de janeiro de 2008)