Não, não sei escrever pouco
Sim, eu escrevo muito,
Não sei e nem quero escrever pouco.
Por que reduzir palavras,
Tendo um idioma tão vasto e magnífico?
Hoje, lêem pouco.
E isso é um câncer.
Não se importam mais com o que escrevem,
E fazem pouco caso da gramática e ortografia.
A língua foi jogada ao vento; as músicas estão vazias,
Os livros físicos, quase extintos.
É irônico ver um país que já teve inúmeros gigantes literários,
Ver agora os mesmos mendigando relevância.
Se o texto passa de duas linhas, "É enorme" ,
Maldito seja esse vício em consumo rápido!
Às vezes, nem sei quem sou,
Não pertenço a essa massa anestesiada.
Eu não faço parte dessa gente sem cultura,
Com pensamentos rasos e um vocabulário miserável.
Essa turba, inconsciente,
Esmaga os que pensam.