"ESCRITORES, PENSADORES & DISCOS VOADORES"
ESSE ANO EU FIZ 40 ANOS! E eu nunca – DEFINITIVAMENTE – fui um cara muito feliz na vida... Mas tive lampejos de alegria que me fizeram insistir, e ainda insisto. Não fui uma criança alegre. Estava sempre me sentindo estranho; sempre muito preocupado (com sei lá o quê); sempre constrangido, me sentindo feio e com menos inteligência que meus amigos e colegas de escola. Me sentia azarento. Sentia que tudo comigo era mais difícil de dar certo.
… Eu estava errado, mas quando descobri, já tinha mais de 28 anos, uma filha pra criar e um monte de vícios. (…) HOJE ME SINTO ainda um extraterrestre, mas me sinto superior intelectualmente. Simplesmente porque vivi mais coisas. Conheço a fossa e sei sair dela. Sei como nada para cima. Sei me drogar de sobriedade, respirar o ar frio da madrugada e sorrir, com um fone de ouvido tocando The Velvet Underground.
HOJE, EU QUE ACHO as pessoas idiotas, fúteis e meio burrinhas. Muitas pessoas das que conhecia e admirava na infância e adolescência, hoje vejo como chimpanzés falantes. Que são dependentes de muito contato, de casamentos luxuosos, de estarem apaixonados o tempo todo, dependentes de dinheiro só pra olhar os números e dizerem: “ufa…” sem entender que terminaremos sendo comidos por morotós e baratas no fim. Dependentes de selfies em viagens e academias. Hoje em dia eu não os receberia nem em minha cozinha. Não prepararia nem um ovo cozido pra eles.
... E TAMBÉM NÃO GOSTO DE FICAR POR FICAR. Não gosto de foder por diversão. Eu gosto de me sentir amado, de me envaidecer com o sentimento que outra pessoa sente por mim. E envaidecê-la com os meus sentimentos por ela. Porém... se isso não acontece, não me sinto vazio. Não vejo a MENOR GRAÇA na maioria das coisas que as pessoas fazem e falam. Não consigo ficar perto das pessoas que mais amo por mais de 10 dias sem crises de ansiedade e irritação, uma sensação de sufocamento.
POSSUO A TERRÍVEL HABILIDADE de notar quando as pessoas estão sendo falsas ou hipócritas. Então com todas essas "manias" e idiossincrasias (sempre quis usar essa palavra) o jeito é solidão, cheetos e seriados.
["Cabei Mamãe"]